Branca de Neve e os Sete Anões

                 Branca de Neve cantava com doce voz enquanto trabalhava.

         Sempre a acompanhavam umas pombas brancas que arrulhavam para ela e a entretinham com suas engraçadas piruetas.         O que ela preferia fazer era tirar água de um poço que havia em um lindo jardim, porque dali a formosa jovem podia admirar uma maravilhosa paisagem.

         Foi num daqueles dias, em que tirava água do poço e cantava uma de suas melodias favoritas, que um príncipe, que por ali passava, parou para escutá-la.

         Ao levantar o olhar, Branca de Neve viu o elegante jovem. Ela ficou corada e não sabia o que fazer.

         “Desculpa! Minha intenção não foi te assustar! – disse-lhe o príncipe. Eu só queria saber de quem era tão doce voz”.

         Branca de Neve, que muito tímida, correu para o castelo. Mas, aquele príncipe era tão gentil e tão elegante, que ela não resistiu ao impulso de ir ate a sacada para vê-lo outra vez.

         Naquele momento, uma pombinha voou na direção de Branca de Neve e pousou na sua mão. A jovem, então, tomou-a entre as mãos, e deu-lhe um beijo com ternura e a enviou até onde se encontrava o príncipe.

         Branca de Neve tinha se apaixonado. Daquele dia em diante, ela começou a sonhar com o príncipe todas as noites. Seu coração alimentava a esperança de que, um dia, ele voltaria para se casar com ela e levá-la para bem longe da malvada Rainha.

         Porém, mal sabia Branca de Neve que a Rainha tinha visto seu encontro com o príncipe e, por inveja de sua beleza, tinha planos para matá-la.

         - Leva Branca de Neve para a floresta e mate-a – ordenou a Rainha a um caçador.

         O caçador, porem, não teve coragem de cumprir a ordem e deixou Branca de Neve em liberdade.

         - Foge, menina, e não volte nunca mais.

         Sem saber o que deveria fazer, Branca de Neve entrou na floresta e, depois de muito andar, caiu exausta na relva macia e adormeceu.

Na manhã seguinte, alguns curiosos animaizinhos, que haviam visto Branca de Neve chorando, resolveram levá-la a uma pequena casa na floresta.

         A casa era morada de sete anões chamados “ Mestre, Dunga, Feliz, Zangado,Soneca, Atchim e Dengoso” que viviam sozinhos na floresta.

A chegada de Branca de Neve foi uma grande e bela surpresa. Eles logo a convidaram para morar com eles. Além de tudo…

         - Seria ótimo ter a casa sempre em ordem! – disse um deles.

         Mas, Branca de Neve ainda corria perigo.

         A rainha sabia que ela não tinha morrido.

         Disfarçada de mendiga, chegou na casa dos sete anões e ofereceu à branca de Neve uma maçã envenenada. A inocente menina mordeu a maçã e, caiu desmaiada.

         - Até que enfim! – riu a bruxa.

         Os anões acharam um absurdo terem que enterrar Branca de Neve.

         Então fizeram uma urna de vidro onde a colocaram e levaram a um lindo lugar na floresta. Ali ficou, junto com os animaizinhos, que cuidavam dela dia e noite.

         Muito tempo depois, o sonho de Branca de Neve se realizou. O príncipe de seus sonhos, que um dia cavalgava pelo bosque, aproximou-se da urna para ver a jovem.

         Inclinando-se, deu-lhe um beijo com ternura.

         Então, o feitiço da rainha se rompeu, e o coração de Branca de Neve voltou a bater.